A Confissão de Augsburg

   

     À parte dos eventos salvíficos do Senhor registrados no Antigo e no Novo Testamento, particularmente o nascimento, morte, ressurreição e ascensão de Cristo, “um dos grandes dias da história humana” foi “quando a Confissão de Augsburgo foi lida publicamente diante do imperador” (Klug, Eugene). Martinho Lutero chamou a Dieta de Augsburgo, onde a Confissão de Augsburgo foi lida, de “a última trombeta antes do Dia do Juízo Final”. A apresentação da Confissão de Augsburgo mudou o mundo. Sem dúvida, a apresentação da Confissão de Augsburgo é ainda mais importante do que quando Lutero pregou as 95 Teses na porta do da igreja do castelo de Wittenberg, em 1517. A Confissão de Augsburgo foi lida no dia 25 de junho de 1530, às 15 horas pelo chanceler Beyer. Ele a leu em alta e clara voz, por quase duas horas. Pelo menos nove eleitores e príncipes do Sacro Império Romano Germânico assinaram a Confissão de Augsburgo. A Confissão de Augsburgo era ecumênica e composta de 28 artigos. Os primeiros 21 artigos mostram que os luteranos conservavam a doutrina da Igreja. Os Artigos 22 a 28 tratam dos abusos a serem corrigidos na Igreja.

    Apresentada originalmente em latim e em alemão perante a Dieta de Augsburgo, na presença do imperador Carlos V, como confissão de fé dos príncipes alemães, partidários do movimento da Reforma da Igreja desencadeado por Martinho Lutero, a Confissão de Augsburgo adquiriu importância fundamental e pode ser considerada “cédula de identidade” da Igreja Luterana. Constitui um dos principais documentos de fé interpretativo das Sagradas Escrituras, sintetizando o conteúdo essencial da fé cristã na forma como é confessada pelas igrejas luteranas. Por seu significado histórico e sua relevância teológica, trata-se de um escrito de alcance ecumênico de interesse de toda a Igreja de Jesus Cristo e de todas as pessoas cristãs.

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Um pouco de história...

    No dia 21 de Janeiro de 1530, o Imperador Carlos V convocou uma dieta imperial a reunir-se em abril seguinte, em Augsburg, Alemanha. Ele desejava ter uma frente unida nas suas operações militares contra os turcos, e isso parecia exigir um fim na desunião religiosa que tinha sido introduzida como resultado da Reforma iniciada por Martinho Lutero. Por conta desse convite, o Eleitor da Saxônia pediu aos seus teólogos de Wittenberg que preparassem um relato sobre as crenças e práticas nas igrejas de sua terra. Por aquele tempo, alguns teólogos luteranos já haviam preparado os Artigos de Schwabach e agora, a pedido do Eleitor, ficara pronto os Artigos de Torgau. Juntamente com outros documentos, estes foram levados a Augsburg. No entanto, lá foi decidido fazer uma declaração luterana conjunta e única em vez de uma simples declaração saxônica. Um dos ponto ressaltados nesta declaração era o fato de que os luteranos não estavam reunidos com outros oponentes de Roma, como por exemplo, os anabatistas. 

    Todo este audacioso e meticuloso documento estava sendo preparado por Filipe Melanchthon. Lutero, que por conta da decisão da assembléia de Worms não podia estar em Augsburgo, foi consultado na preparação deste documento. Assinada por sete principes e pelos representantes de duas cidades livres, a Confissão imediatamente adquiriu importância peculiar como uma declaração pública de fé!

LIVRO DE CONCÓRDIA; p. 23

 

 

Os Protestantes...

    Os principes e representantes alemães que, com tanta garra defenderam a Confissão de Augsburg, também são responsáveis por um dos momentos mais marcantes da história da Reforma Luterana; quando em uma das assembléias convocadas pelo imperador Carlos V, foram convidados a negarem a fé luterana, as obras de Lutero e rezarem, de forma romana, junto as autoridades imperiais e eclesiásticas a procissão de Corpus Christi. No entanto, os principes, em grandioso testemunho de fé e apoio incondicional a causa da Reforma declaram que era preferivel perder a vida do que negar a fé! Por este ato, que causou grande indgnação ao imperador e seus assistentes, os luteranos foram chamados de protestantes! isto ocorreu entre 1529 e 1530, as vésperas da assembléia em que foi lida publicamente a Confissão de Augsburgo, a Magna Carta da Igreja Luterana!

 

 

“Também falarei dos teus testemunhos na presença dos reis e não me envergonharei.”
(Introito da Apresentação da Confissão de Augsburgo, Salmo 119.46)
 
 
 
    Para ler a Confissão de Augsburg, acesse: https://www.teologia.org.br/estudos/confissao_de_augsburgo.pdf
    Veja abaixo, um trecho do filme "Lutero", em que é retratado o protesto e declaração dos principes, bem como a apresentação da Confissão de Augsburgo; sem dúvida alguma, mais um daqueles momentos memoráveis, que marcam a história da humanidade para sempre!

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